sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Inusitados meios de transporte


  • Exibir blog
  • A alma disse ao corpo
    Tu me abrigas
    Me tomas
    Me acompanhas
    Me completas
    .
    E o corpo vaidoso de matéria
    Disse à alma
    Eu sou a casa do teu eu
    E só por mim respiras
    E te locomoves...e chegas
    .
    E a alma em sorriso de sol
    Vestida de lua...adornada por estrelas
    Mirou se só no mar aberto
    Livre do corpo adormecido
    E galgou as rotas do Universo
    .
    O corpo adormecido
    Pedra feito lava de vulcão tão derretido
    Permaneceu ao toque do cronômetro vital
    Que pulsa cadenciado desde o nascimento
    E adormecido faz-se temporariamente morte
    .
    Metas físicas... além
    E a alma assim liberta
    Visitou as mais lindas paisagens
    De sua real morada
    Ilimitada e ilimitante
    .
    E o corpo ao raiar do dia
    Fez-se novamente renascido
    Sem consciência ainda
    Em laivos mecânicos de torpor
    Semi despertou-se
    .
    E acordado....meio adormecido
    Perdeu-se no momento
    Até que a alma o reincorporou
    E de matéria revestido assim envaidecido
    Por ela se tomou
    .
    Corpo e alma
    Originariamente dependentes
    São diferentes espécies de sementes
    Que não se fazem prisioneiros
    Por inusitados meios de transporte....
    .
    Márcia Fernandes Vilarinho Lopes