Sou seringueira que sangra
Formada por pequenas flores
Em cachos abraçados a mim
Como versos de um poema
.
Sou seringueira que nutre
Cicatrizando de pronto
O ferimento causado
Ainda que seja o meu
.
.
Sou seringueira que chora
A borracha que apaga
Os escritos de uma alma
Que sem corpo sofre sim
.
Sou seringueira isolada
Nas intempéries do vento
Cuja seiva brota rápida
E a imobilidade cerceia
.
Sou seringueira ferida
Do dia a dia o minuto
No seringal já formado
Em soluços do meu eu
.
.
Sou seringueira, sou sim
Desabrochada do nada
De tudo um pouco cansada
Em tão triste sina assim
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
Lindo poema, Márcia!
ResponderExcluirParabéns amiga.
Abraços!
Tânia Suzart