quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fuga em dor maior


Como é difícil dizer claramente eu te amo
Em difícil expressão do que calamos
Durante tanto tempo dançando com Platão
No entanto chega um momento tal qual o da lua
Que ilumina o firmamento
E veste em feixes de luz o mar em partes
E desconsidera o brilho das estrelas
Tão forte é o seu verdadeiro iluminar
Nessa hora nossa alma explode como um dique
Que inunda totalmente o coração
E o rosto e o corpo se põem frementes
Totalmente sem razão
Enlaçando com força todo o sentimento
Todas as vidas etéreas do antes ao então
Sabendo que nunca mais se calará o coração
E então se foge na calada das estrelas
Adormecidas no céu feito veludo denso
A acobertá-las do frio e a lhes fazer calor
Sem que percebam
A fuga repentina em dor maior.


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje eu acordei primavera

Na rua em que moro
Árvores
Nas árvores da rua
Pássaros
Antes do amanhecer
Cantam
Ao amanhecer
Abro os olhos
Um raio de sol me colhe
Na fresta da janela
Que esqueci aberta
Custo a chegar da viagem
Do sonho em que te abracei
E me abracei rodopiando
À vida
E te encantando fui dançando
Até que cheguei
Corpo e alma sacrossanto
Encaixados em amor
Como não amar o corpo
Como não amar o ser
Ergo-me e sento-me
Imagino quanto amor
É necessário pra formar gente
Pra consertar gente
Pra fazer o universo colorido
Os pássaros cantando
Os rios cantando
O mar cantando
A natureza cantando
O Maestro regendo
E no meu quarto agora
Um perfume inebriante
Dama da noite
Não aquela que eu pedi
Mas aquela que plantei
A me fazer sentir
Que hoje
Eu acordei primavera

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes 




VETORES




Indicam o rumo dos ventos
O rumo da lógica
Na ilógica magia do amor
Que alcança a aldeia
De minha morada anciã
Que me desabriga
Desalinha meu ser
Encolhe minh’alma
Desnuda meu eu
Constrangidamente
Na força do saber
Dos dias idos
Nos dias vindos
Que amo você
Mais do que posso
Mais do que devo
Mas com certeza
Amo você.....

Renato Baptista assim comentou na Casa da Poesia:

Vetores que constroem torrente de paixão acelerada em que o sentimento grita alto e ecoa, refletido pelas paredes do mundo. Lógica e paradoxos sustentam o ser através dos tempos, através dos hiatos construídos numa história sem fim... e daí a certeza daquilo que é mais valioso ao coração e encerra o poema de forma magnífica.


Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, na Casa da Poesia em 19/09/2010


domingo, 26 de setembro de 2010

O Mar



O Mar

Mar que flameja indolente
Nas ondas do vai e vem
Beijando meu corpo ardente
No abraço de quem quero bem

Mar que de azul tão celeste
Me envolve depois com encanto
Corpo e alma nessa veste
Como a sereia em seu canto

Mar de amor em amplidão
Mar que acarinha e enlaça
Mar eu em pura emoção

E na paixão arraigada
Nua e desabrigada
Em plena consumação





Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Sonho azul


Sonho azul


Sonhei com o mar...
De mãos dadas pela orla
Seguíamos em luz
O amor em nós

Sonhei em azul
O céu e o mar
Nossos lábios
Beijo arrebatador

Sonhei com o abraço
Carismático
Mais sensual que recebi

Sonhei com nossos corpos
Interligados
Em laços de quimera


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Aprende


Aprende

Aprende a ver, a ouvir e escutar
Aprende a ter, a receber e a dar
Aprende a ser e o outro respirar
Aprende a sentir e a amar

E o que é amar?
Amar é deixar a emoção fluir
É não temer sentir
E, por primeiro, se aceitar

Frases feitas por efeito
Em maneira educada de falar
É razão na forma de cativar

Frases vivas do sentir
Em maneira alegre de expressar
É eterno vincular


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Uma história em três atos reversos


Seguir....

Passam-se os dias e os anos
Vertem-se perdas
Plantam-se chorões
Em vários corações

De você levo o sorriso
A calma que aprendi
Na beleza de sua alma
No seu rosto em compleição

Senti um amor sem igual
Que ficou pra sempre guardado
No meu verso original

Chega a hora de partir
Voar, seguir, aprender
E meu destino cumprir

Caminho da ida

O sol raia novamente
O dia se prenuncia
Caminhante eu vou
Buscas novas eu sou

Novas flores
Perfumes novos exalam
Observa, olha e vê
Novas etapas que calam

Levo perfumes antigos
Somas de bem querer
Caleidoscópio vibrante
Inesquecível prazer

Todas as luzes de outrora
Em arco íris gigante
São sonhos de nova aurora
O novo precisa nascer


Caixinha musical

E de repente o cansaço usual
Pelas trilhas que adiante vão
Sento-me no chão
E abro minha caixinha musical

Ela é o meu próprio coração
Em partituras da alma
Feita de tanta emoção
Na fleuma total da canção

Lindas cantigas de amores
Lembranças cheias de cores
Torrentes inesquecíveis
De cada minuto a pulsar

E foi assim que aprendi
Que a vida não é um jogo
Em que um tem que ganhar
Ela é apenas nosso todo caminhar


Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Ser poeta



Ser poeta

É dar cores aos sentimentos
É conversar com as flores
Em seus doces movimentos

Ser poeta
É reter o sonho em verdade
Nos braços da realidade
Fazendo o dia melhor

Ser poeta
É beber do orvalho
É chorar chuvas de verão


Ser poeta
Mais que tudo é ser etéreo
Em sua eterna emoção.

Criado e postado por Márcia Vilarinho em agosto de 2010
Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

O girassol e a borboleta



O girassol e a borboleta


És girassol
Sou borboleta
E todas as vezes
Que te beijo
Em pensamento
Sem palavras e obras
És girassol
Sou borboleta


Criado e postado por Márcia Vilarinho em maio de 2010
Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dança e contradança do amar

Montada no Unicórnio
Voei pelos céus etéreos
Onde deixei fagulhas
Do meu ser

Montado em Pégasus
Voastes pelos céus etéreos
Recolhendo as fagulhas
Do meu ser

Vestida apenas de rede estelar
Maquiada pela luz do luar
Recolhida em teu ser, te convidei
Pra dançar

Vestido pelo azul índigo da noite
Refletindo magia em seu olhar
Recolhido em meu ser, me aceitastes
Pra dançar

Em almas libertas, abertas, alertas
Alegres como o poemar dos astros
Nascemos para a carne
Em diferentes momentos

E pelas trilhas da vida separados
Mirando sempre a lua e bebendo o luar
Até que um dia sem querer, sem esperar
Eis que nos encontramos no olhar

Hoje somos dança e contradança do amar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Desapego


Vai, toma teu rumo
Eu te liberto
Nosso caso de amor
Não deu certo

Nossas esperanças
Desfeitas
Ouro das alianças
Requer o desapegar

Sem mais juntos caminhar
Vou, levo comigo
Momentos de tanto amar

Sigamos novas estradas
Em nossa separaração
Vidas em fruição

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

E essa falta de você...


O telefone que toca
E a cada vez a esperança
De que seja você
A sua voz que alimenta
Inteiramente o meu ser
De alegria e euforia
É tão bom ouvir você!
Mas o arquivo fatal
Tornou-se veneno letal
Capaz de matar você

Pego minha bolsa agora
E vou lá fora passear
Vejo o céu, brindo o sol
Brinco com as nuvens
Sorrio encanto e canto
Alegria por todo canto
Chego mais tarde com a lua
Depois de ficar tão só
O telefone não toca
E essa falta de você...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Minha dúvida, teu saber



Há momentos em que o desamor prospera
E aí me lembro do teu olhar a me seguir
Tantas e tantas vezes vida afora
E em todo especial dia em que te vi sorrir

Desespera-me essa incerteza insana
Porque teus sinais são assim tão intrigantes
Pequenos, distantes, ausentes, inconclusos
Reais, vibrantes, aconhegantes, gigantes

Chega a doer a tua ausência programada
Quando o que desejo é amar e ser amada
E ter-te intrigantemente inteirinho meu

Chega a conturbar o latejar do ser
Escondido em chamuscado breu
Por que minha dúvida, teu saber...


Márcia Fernandes Vilarinho Lopes