domingo, 19 de dezembro de 2010

Seresteira vida


Naquela estrada primeira
Em que eu o conheci
Permaneci sorrateira
E em mim me escondi

Naquela estrada primeira
Em que meus passos
Foram as tuas pegadas
A vida foi seresteira

E a música ao coração
Foi partitura rasgada
Que nem o vento levou

E a letra que escrevemos
Mesmo ficando borradada
A chuva não apagou

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pontes submersas

Mergulho no plasma do meu sangue
Na busca das origens
Desta vida plena
Deste amor intenso
Submerso em mim
E quanto mais me canso
Mais me encanto
No canto da Sereia
Que mora numa ilha
Do caminho
Nessa rota misteriosa
Na catedral da vida
No oxigênio vermelho
No interno espaço assim 
Salvam-me do naufrágio
As pontes submersas
Na busca de caminhos
Que me elevam a mim

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes



sábado, 11 de dezembro de 2010

Rotas


Nas estrofes da poesia de minha vida
Você fez a rima
Mais cadenciada que vivi

Nos trilhos da minha vida
Você foi o trem
Que parou na estação

Nas letras mortas desse amor
Cadência sucumbida
Máquina a vapor

Nas veredas de novo caminho
Novos trilhos
Eu fui, você ficou

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 4 de dezembro de 2010

Medo


O medo tomou
A essência do ser
E pela bifurcação
Os olhos d’alma
Turvos
Foram em outra direção
Onde para sempre estarão


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A diretriz do universo

Junta teu talento ao meu
E seremos mais fortes
Na reunião que faremos
Num mundo melhor
Junta teu talento
Pega tua roupa colorida
O brilho do teu olhar
As cores do teu ser
Do amanhecer
Da vida
Do sol, do mar, do céu
Pega teu saber
Teu aprender
Teu dividir
Teu conhecer
Tua alegria
Vem
Somaremos muitos
Cantaremos todos
Em elegia
Realizaremos
O que?
Amor
No melhor que temos
Pra crescer
Pra acrescer
E viajaremos
Astronautas do bem
Em galáxias de além
Na inspiração do poeta
No barco da poesia
Plasmando
Criando
Fomentando
Alimentando
Um mundo ideal
De que?
De sonhos
E sonhos são a diretriz
Que faz caminhar
O universo

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Brasas em granizo


Chove granizo
No meu coração em brasa
No choque dos contrários
Em sentido anti horário
Eu vou
Contornando a distância
Dos teus passos
Pelo espaço
Em que chove granizo também

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Imagem perdida


Negou Narciso
Escondeu-se
No lado do avesso
Do espelho
Negou ser sensual
Negou amor cabal
Em si
Espatifou
Sentimentos
Fez da vida uma borracha
A apagar o colorido dos dias
No arco íris de amores
Negou Pan
Em sua flauta divina
Negou Cúpido
Em sua seta certeira
Abraçou a desilusão
E permaneceu
No lado do avesso
Do espelho

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 13 de novembro de 2010

Palafitas d'alma

Inunda a vida atual
Esse cansaço intenso
Esse burburinho insano
Essa travessia de dias
No cinza grafite
Do salário
Do trabalho
Sem diferente cor
Monólogos do eu
Diálogos do nós
Ocos
Atados por nós
Sentimentos vazios
Chuvas de arsenais
Materiais
Desnecessários
Ais
Em vilipêndio de amor
A clamar
Palafitas d’alma
Em socorro emergente
Do eu
Do nós
Da vida ao sonho
Em terra firme
Baixo a brilhante sol

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes


sábado, 6 de novembro de 2010

Banquete nas estrelas


Engasgados sentimentos
Sufocando o próprio ar
Em combustão direta
Sem sossego
Agarrando o sol
Beijando a lua
Singrando o mar
Na ânsia do amor
Banquete nas estrelas
Em soluçantes ais
Na busca da alma
No encontro do corpo
O eu se revela
E vai
E nesse momento
Provado fica
Provado está
Que susto pequeno
Não cura soluço
Nesse imenso amar
Feito da mais ampla loucura
Em eterno re-buscar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 30 de outubro de 2010

Na praia


Sentada na praia
Miro a linha do horizonte
E fixo num ponto tão distante
Como eu e você

Acima o sol

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Entre Babel e Maquiavel

O medo do sentimento
O relógio que corre
As pernas que correm
Os olhos que correm
O sangue que escorre
O medo que arrebenta
Em aneurisma fatal
O sentido social
Temendo
Tremendo
Negando
O humano do ser
Olha o assalto
Olha o vagão do trem
Vida
Passando
A máquina obstruída
No meio do peito
Apitando
No trilho sem saída
Da recuperação
Do sentimento
E da mina
Qual fonte
Origem
Renasce o mineiro
Que encontra o ouro
Do amor intenso
Intrínseco
Gem da humanidade
E no cotidiano
Prossegue diferente
Sangue escorrendo
Perdido
Anêmico
Todo o sistema
E você?
E eu?
O que mudou?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes









quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fuga em dor maior


Como é difícil dizer claramente eu te amo
Em difícil expressão do que calamos
Durante tanto tempo dançando com Platão
No entanto chega um momento tal qual o da lua
Que ilumina o firmamento
E veste em feixes de luz o mar em partes
E desconsidera o brilho das estrelas
Tão forte é o seu verdadeiro iluminar
Nessa hora nossa alma explode como um dique
Que inunda totalmente o coração
E o rosto e o corpo se põem frementes
Totalmente sem razão
Enlaçando com força todo o sentimento
Todas as vidas etéreas do antes ao então
Sabendo que nunca mais se calará o coração
E então se foge na calada das estrelas
Adormecidas no céu feito veludo denso
A acobertá-las do frio e a lhes fazer calor
Sem que percebam
A fuga repentina em dor maior.


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Hoje eu acordei primavera

Na rua em que moro
Árvores
Nas árvores da rua
Pássaros
Antes do amanhecer
Cantam
Ao amanhecer
Abro os olhos
Um raio de sol me colhe
Na fresta da janela
Que esqueci aberta
Custo a chegar da viagem
Do sonho em que te abracei
E me abracei rodopiando
À vida
E te encantando fui dançando
Até que cheguei
Corpo e alma sacrossanto
Encaixados em amor
Como não amar o corpo
Como não amar o ser
Ergo-me e sento-me
Imagino quanto amor
É necessário pra formar gente
Pra consertar gente
Pra fazer o universo colorido
Os pássaros cantando
Os rios cantando
O mar cantando
A natureza cantando
O Maestro regendo
E no meu quarto agora
Um perfume inebriante
Dama da noite
Não aquela que eu pedi
Mas aquela que plantei
A me fazer sentir
Que hoje
Eu acordei primavera

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes 




VETORES




Indicam o rumo dos ventos
O rumo da lógica
Na ilógica magia do amor
Que alcança a aldeia
De minha morada anciã
Que me desabriga
Desalinha meu ser
Encolhe minh’alma
Desnuda meu eu
Constrangidamente
Na força do saber
Dos dias idos
Nos dias vindos
Que amo você
Mais do que posso
Mais do que devo
Mas com certeza
Amo você.....

Renato Baptista assim comentou na Casa da Poesia:

Vetores que constroem torrente de paixão acelerada em que o sentimento grita alto e ecoa, refletido pelas paredes do mundo. Lógica e paradoxos sustentam o ser através dos tempos, através dos hiatos construídos numa história sem fim... e daí a certeza daquilo que é mais valioso ao coração e encerra o poema de forma magnífica.


Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes, na Casa da Poesia em 19/09/2010


domingo, 26 de setembro de 2010

O Mar



O Mar

Mar que flameja indolente
Nas ondas do vai e vem
Beijando meu corpo ardente
No abraço de quem quero bem

Mar que de azul tão celeste
Me envolve depois com encanto
Corpo e alma nessa veste
Como a sereia em seu canto

Mar de amor em amplidão
Mar que acarinha e enlaça
Mar eu em pura emoção

E na paixão arraigada
Nua e desabrigada
Em plena consumação





Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Sonho azul


Sonho azul


Sonhei com o mar...
De mãos dadas pela orla
Seguíamos em luz
O amor em nós

Sonhei em azul
O céu e o mar
Nossos lábios
Beijo arrebatador

Sonhei com o abraço
Carismático
Mais sensual que recebi

Sonhei com nossos corpos
Interligados
Em laços de quimera


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Aprende


Aprende

Aprende a ver, a ouvir e escutar
Aprende a ter, a receber e a dar
Aprende a ser e o outro respirar
Aprende a sentir e a amar

E o que é amar?
Amar é deixar a emoção fluir
É não temer sentir
E, por primeiro, se aceitar

Frases feitas por efeito
Em maneira educada de falar
É razão na forma de cativar

Frases vivas do sentir
Em maneira alegre de expressar
É eterno vincular


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Uma história em três atos reversos


Seguir....

Passam-se os dias e os anos
Vertem-se perdas
Plantam-se chorões
Em vários corações

De você levo o sorriso
A calma que aprendi
Na beleza de sua alma
No seu rosto em compleição

Senti um amor sem igual
Que ficou pra sempre guardado
No meu verso original

Chega a hora de partir
Voar, seguir, aprender
E meu destino cumprir

Caminho da ida

O sol raia novamente
O dia se prenuncia
Caminhante eu vou
Buscas novas eu sou

Novas flores
Perfumes novos exalam
Observa, olha e vê
Novas etapas que calam

Levo perfumes antigos
Somas de bem querer
Caleidoscópio vibrante
Inesquecível prazer

Todas as luzes de outrora
Em arco íris gigante
São sonhos de nova aurora
O novo precisa nascer


Caixinha musical

E de repente o cansaço usual
Pelas trilhas que adiante vão
Sento-me no chão
E abro minha caixinha musical

Ela é o meu próprio coração
Em partituras da alma
Feita de tanta emoção
Na fleuma total da canção

Lindas cantigas de amores
Lembranças cheias de cores
Torrentes inesquecíveis
De cada minuto a pulsar

E foi assim que aprendi
Que a vida não é um jogo
Em que um tem que ganhar
Ela é apenas nosso todo caminhar


Criado e Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Ser poeta



Ser poeta

É dar cores aos sentimentos
É conversar com as flores
Em seus doces movimentos

Ser poeta
É reter o sonho em verdade
Nos braços da realidade
Fazendo o dia melhor

Ser poeta
É beber do orvalho
É chorar chuvas de verão


Ser poeta
Mais que tudo é ser etéreo
Em sua eterna emoção.

Criado e postado por Márcia Vilarinho em agosto de 2010
Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

O girassol e a borboleta



O girassol e a borboleta


És girassol
Sou borboleta
E todas as vezes
Que te beijo
Em pensamento
Sem palavras e obras
És girassol
Sou borboleta


Criado e postado por Márcia Vilarinho em maio de 2010
Poesia selecionada para o livro "Poesias Encantadas - Antologia Poética"
Promotor da obra: Luciano Becalete, poeta e escritor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dança e contradança do amar

Montada no Unicórnio
Voei pelos céus etéreos
Onde deixei fagulhas
Do meu ser

Montado em Pégasus
Voastes pelos céus etéreos
Recolhendo as fagulhas
Do meu ser

Vestida apenas de rede estelar
Maquiada pela luz do luar
Recolhida em teu ser, te convidei
Pra dançar

Vestido pelo azul índigo da noite
Refletindo magia em seu olhar
Recolhido em meu ser, me aceitastes
Pra dançar

Em almas libertas, abertas, alertas
Alegres como o poemar dos astros
Nascemos para a carne
Em diferentes momentos

E pelas trilhas da vida separados
Mirando sempre a lua e bebendo o luar
Até que um dia sem querer, sem esperar
Eis que nos encontramos no olhar

Hoje somos dança e contradança do amar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Desapego


Vai, toma teu rumo
Eu te liberto
Nosso caso de amor
Não deu certo

Nossas esperanças
Desfeitas
Ouro das alianças
Requer o desapegar

Sem mais juntos caminhar
Vou, levo comigo
Momentos de tanto amar

Sigamos novas estradas
Em nossa separaração
Vidas em fruição

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

E essa falta de você...


O telefone que toca
E a cada vez a esperança
De que seja você
A sua voz que alimenta
Inteiramente o meu ser
De alegria e euforia
É tão bom ouvir você!
Mas o arquivo fatal
Tornou-se veneno letal
Capaz de matar você

Pego minha bolsa agora
E vou lá fora passear
Vejo o céu, brindo o sol
Brinco com as nuvens
Sorrio encanto e canto
Alegria por todo canto
Chego mais tarde com a lua
Depois de ficar tão só
O telefone não toca
E essa falta de você...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Minha dúvida, teu saber



Há momentos em que o desamor prospera
E aí me lembro do teu olhar a me seguir
Tantas e tantas vezes vida afora
E em todo especial dia em que te vi sorrir

Desespera-me essa incerteza insana
Porque teus sinais são assim tão intrigantes
Pequenos, distantes, ausentes, inconclusos
Reais, vibrantes, aconhegantes, gigantes

Chega a doer a tua ausência programada
Quando o que desejo é amar e ser amada
E ter-te intrigantemente inteirinho meu

Chega a conturbar o latejar do ser
Escondido em chamuscado breu
Por que minha dúvida, teu saber...


Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O cristal está morto



O cristal está morto
Estilhaçado
Ninguém mais
Haverá de o consertar
Pois uma vez trincado
Morto está

 
Cultivemos os grossos vidros
Das visões restritas


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quimeras da paixão


Da paixão nasceram dias
De rara felicidade
E extrema cumplicidade
Num jogo de sedução
Não pude deixar de amar
Por primeiro o teu sorriso
Depois o teu sério observar
E os teus olhos me seguiam
De longe a me afagar
E mesmo que eu não te visse
Minha a’lma te pressentia
E no meu passo eu seguia
Na sombra do teu caminhar
E ao mais leve dos toques
Da sua barba o roçar
Fui harpa em som de lira
Assim a me revelar
E da música a melodia
Ficou perdida no ar
E os anos foram indo
E a vida foi ficando
Cada vez mais a vagar
E no finito do tempo
E no infinito do amar
Eis nos hoje a sonhar
Com o dia que se foi
Com o ano que passou
Com a vida a passear
E da paixão de outrora
Ficou guardado o vulcão
Hoje sou lava que chora

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sou deserto...meio e fim


Sem oásis
Sem transporte
Em chinelas
Sem palácios ou quimera
Sou deserto, meio e fim

Na vastidão de areia
Que fere os olhos
No clarão da aurora
Eu me perco assim
Tórrida sem meio ou fim

No calor que abrasa
Que derrete a neve
Nos contrários pólos
Minhas calotas de mundo
Contraditórias em meio e fim

E sigo buscando
Um não sei que, pra que, aonde
Até encontrar a catacumba
Ou a tenda do sheik mais bonito
Prosseguindo entre meio e fim

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 7 de agosto de 2010

Entre Rainha e Mendiga


Fui rainha enquanto você viveu, meu amor
Coroada pelo seu carinho, pelo seu companheirismo
E da sua alegria ensolarada sempre, fosse ou não dia de calor
Participei, vivi, sorvi, e nunca mais me esqueci

Fui rainha enquanto você foi sinfonia
A mais bela melodia que me invadiu e que me conquistou
Na partitura da vida desde os tempos do além etéreo
Em que nós dois nos compromissamos por tudo que calou

Fui rainha nos teus braços, dançando pelos salões
Em que nossos corpos tórridos deslizavam de paixão
E no baile singular em que a música eram os sentidos
Sem maestro e sem rima, apenas em explosão

Fui rainha a cada dia, nas asas do êxtase
Em que você me carregava no colo e me colocava no mar
Na piscina, junto aos filhos, ou mesmo na languidez de nossos desatinos
E como, meu querido, deixar assim de relembrar, de reviver, de sonhar?

Fui rainha desde o dia em que o conheci
A partir de quando em todos os momentos estivemos juntos
E a partir de quando a ninguém mais foi dado o direito de ser
Mais importante e assim você sempre foi meu “ad-junto”

Fui rainha banida da coroa desde o dia em que você partiu
Viúva desconsolada pela perda e pela mais terrível dor
E desde então rastejo pelos caminhos das sombras tênues em conquistas
Mendiga das migalhas do nosso banquete de amor.


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Melancolia


Melancolia é uma saudade da gente
De tudo, em nós, o que a chuva levou
Embaçando a janela de forma latente
Deixando a ante-sala da vida sem cor

Melancolia é uma tristeza tão doce
Que faz acreditar que trouxe
Um pouco dos canteiros do jardim
Sem flores com perfumes de amor

Melancolia é quase querer viver
O dia de hoje tão somente
Sem ter quem quer que o invente

Melancolia, definitivamente, é a ponte
Que une todo o experimentado ontem
Com o nada do amanhã

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Melodia em amor maior



No recanto tão sagrado
Onde te descobri
Nos sonhos que já vivi
Novamente te enlaço
Num abraço de amor

E olhando me perguntas
De todos que aqui deixastes
Com uma saudade tão grande
Que vejo marejar
Teus olhos assim vibrantes

E olhando te respondo
Num sorriso de tristeza
Que a nossa melodia
A música que nos encantou
É flor que jamais murchou

Sentamo-nos lado a lado
Num banco tão engraçado
Em meio a perfumes de flor
Desconhecidos um dia
Reconhecidos de amor

E a conversa se transforma
E da harpa vai à lira
E nossa alma delira
Assim tão fascinada
Por esse imenso calor

E no tempo que é outro
Que me embala e me esmorece
Que na ternura resvala
Chega o sonho ao seu fim
Sem ida e sem qualquer volta


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes




sábado, 24 de julho de 2010

Muralhas Internas


As brisas deslocam fatos
Do ontem que chegam ao hoje
Em forma de ventania
Pedaços de sentimentos
Bordados dentro de mim
São dunas em plenas praias
Na minh’alma agitada
Sem porto e sem nem um cais
São feitas de grãos de areia
Que somados geram milhas
Sem visão por escotilhas
Desse teu medo dolente
Desse teu ser simplesmente
Amigo tão sem abrigo
Amigo órfão de amor
Sem choupana nem sapé
E hoje não reconheço
Nem teu verso nem tua fala
Porque a amargura cala
A minha decepção e dor
Recolhe-te como feto
Embrião posto em muralhas
No útero do desamor
Deserto do meu calor
Que nas noites e nos dias
De solidão tão presente
Ao teu redor firmemente
Era teu lume e teu cetro
Pondo-te como um rei
E esse lume apagado
Assim por ti descuidado
Fez que de forma latente
Sumisses dentro de mim
E o teu eco longínquo
Em tuas próprias muralhas
Será sempre tua fala
Voltada somente a ti

.......

Dunas em vendaval

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MOMENTOS



O reflexo do sol
Diretamente em mim
Naquele meu caminho
Fez me te encontrar
Em tua rota diferente
E de maneira latente
A beleza do sol
Assim tamanha
Desde o firmamento
Em poderoso alento
Clareou o amor
Dormitando em mim
E o acordou
E na estrada
O brilho rei
Feixe de luz
Nunca apagada
Assim dourada
Feito em telefone
Ou uma telepatia
Em imensa euforia
A me conduzir
Fazendo me pousar
Como etérea flor
Em pétalas
Raios de sol
Decompostos
Em luzes multicores
Junto ao teu coração
Para sempre

Momentos são tantos
Mas poucos tão intensos

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

m

domingo, 18 de julho de 2010

Liberdade de ser


Não mais passarão ao largo
Os momentos lindos fincados na retina
Os sentimentos escritos em mim
As vivências, em cada minuto, assim
As alegrias e as cores que me enlaçam
Num abraço nu
Sem mascaramento
Sem sombras
Sem dúvidas
Sem tormentos
Não, não me passarão
Nem me tomarão
A vontade livre de ser
Amor refletido e reflexo
Em cada célula
Traduzido em DNA
Nem, os sonhos
Nem o mar
Nem o universo
Nem a minha totalidade
Em meu mais íntimo eu
Pois tudo isso me pertence
Porque sou parte como verso
Da poesia maior chamada vida
Não, não me tomarão
A palavra ou a escrita
A sinceridade pra descrever
O canto sonoro da poeta
Da mulher
Que se agita em asas de vôo
E revoa em seu próprio palpitar
Não, não me tirarão
A loucura de ser eternamente sã
Eternamente verdadeira
Eternamente tua


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 11 de julho de 2010

Ressurgir


Já não há mais cadência
Nem conversa
Nem junção
Somente contas
De um rosário
Cuja reza acabou

Já não há mais corpos
Nem amores, flores ou cores
Entrelaçados em ramos
De perfume sem igual
E até o orvalho
A chuva apagou

Já não há mais dia
Nem gotas de alegria
Nem mesmo sedução
O encanto que existia
Que fremia
Terminou

Mas ainda há noite
Pra poder sonhar
E novamente
Silentemente
De tantas névoas
Ressurgir e amar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 10 de julho de 2010

GOTAS DE SEDUÇÃO


Eu te amo e muito e tanto
E ainda que a modernidade me vista
Que o computador insista
Que a internete seja minha morada
Ainda que o trabalho me faça renovada
Por esses tempos globais
Eu quero o gosto da conquista
A sedução intrigante
O ir e vir do olhar
Em expresso desejar
E sigo te amando assim
Sem falar
E sem calar
O corpo expresso
Sem se revelar
Sem lhe demonstrar
O que você tão bem já sabe
E sente e talvez espere
Ou se desespere
Não sei!
E, no entanto, e tanto
Em frêmitos de alegria
Te abraço e te acalanto
No meu mais que desejar
E agora no meu tempo
Sem pressa e com vagar
Eu te amo, e tanto e tanto
E sempre tua
Ainda muda
Meus sentimentos são o sol
Minha espera é a lua
Que te configura
Em meu coração
Feito estrelas
Que não param de brilhar
Em gotas de sedução
Até você se achegar


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

POR QUE NÃO?



Quisera a quimera
De toda uma era
Em minutos apenas
Junto ao teu coração

Quisera o teu corpo
Inteiro e desvendado
Despindo e vestindo
O meu inteiro ser

Quisera o acalanto
O instinto
O desejo maior
Que já nos embalou

Quisera você
Em nós
Arrebatado
Arrebatando

Leva-me
Eleva-me
Enleva-me
Por que não?


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ATALHO E CAMINHO


Somos versos despedaçados
De uma poesia que não acabou

Somos corpos cansados
Num abraço que não terminou

Somos um ato em cena
Encenando o próprio ato

Somos teatro e platéia
Num todo que se enlaçou

Somos ribalta e futuro
Na busca que não caminhou

Somos atalho e caminho
Que o tempo direcionou

Somos desejo e anseio
Num rito que não vingou

Somos um grito mudo
Que a vida prefaciou

Perpendiculares da vida
São paralelas perdidas
Que a vida assim desenhou

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

CANÇÃO DA DOR SILENTE


Como índias carpideiras
Nas ocas em palheiras
Meus olhos em dor silente
Cantam meu Peri ausente
Que tão só me deixou

Com o orvalho da manhã
Enfeitando toda a ocara
Meu coração cunhatã
Chora como acará
Feito pedra a soluçar

Como as estrelas da noite
Como os raios e o luar
Como o fogo da clareira
Diante da grande aroeira
Cantando para Rudá

Sou seixo que rola
Nas águas de prata
Sou canto nascente
Sorriso inocente
Que clama o amor

No meio da taba
Num canto da oca
Perfume de flor
Gigante essa dor
Peri não voltou


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

ODE À FELICIDADE


Minha pele sorri a cada raiozinho de sol
Meu cabelo lateja ao brilho do dia
Minha sensação de paz se amplia
Ao acordar

Meu sangue se alimenta ao café da manhã
Minhas mãos bocejam e ensejam
O começo do trabalho sem afã
Ao me levantar

Meus pés inertes rolam entusiasticamente
Buscando a trilha que segue do ontem
E de ontem em ontem faz o hoje sempre
Ao continuar

Meus olhos cantam de galho em galho
Junto com a passarada em vôo lento
E minha alma se expande em brilho
Ao somar

Nesse corpo,
Casa mantida
Da alma, abrigada
Sigo eu...feliz


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

REENCONTRO


Esquálidas figuras
Lendárias montanhas
Neve que augura
Frio sem derreter

Paisagem distante
De um tempo errante
Voltando à memória
Fazendo sofrer

Movimento dourado
Sol do meio dia
Mar beija onda
Que beija areia

Tormentas da alma
Cinzas de dias
Labaredas intensas
Fogueiras acesas

Pássaros voam
Ensinam trinar
No canto que ecoa
Em seu revoar

Misérias são trôpegas
Em seu caminhar
Na luta antagônica
Do positivar

E assim entre cores
E cinzas de amores
Decido você...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

TERNURA


Quando te olho,
E te vejo assim
Tão desvalida
De vida
Pela tua idade
Em tamanha qualidade
Eu sinto toda essa ternura
De ter nascido de ti
Ter sido acalentada
Amamentada
Aprendendo a caminhar
Até conseguir chegar
Até aqui

Quando te olho
E te vejo assim
Tão trôpega
Em teus passos
Vencendo espaços
Chegando até mim
Eu sinto toda essa ternura
De poder ser
Tua sustentação
Vida revivida
Fonte renascida
Nas minha entranhas
Mãe

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O FALSO CANTO DOS CISNES NUM LAGO DE LÁGRIMAS


O FALSO CANTO DOS CISNES NUM LAGO DE LÁGRIMAS

Num desabafo de dor
De muito tempo atrás
Hoje reúno forças
Pra perguntar

Quando a doença aconteceu
Onde estavam vocês?

Ele os tinha a todos como amigos
Onde estavam vocês?

Quando seu corpo esmorecia
Onde estavam vocês?

Quando a porta se abria
Onde estavam vocês?

Quando a maldade feria
Onde estavam vocês?

Quando de mim falavam
Quando me julgavam
Vocês sabiam onde estavam
Não é?
Mas não me conheciam
Quantas vezes se perguntaram
O que eu sentia
Quantas vezes tentaram se acercar
Quantas vezes de medo correreram
Por pura ignorância
Desconhecimento mesmo
Falsidade dura, pura
Mas não correram da injúria
Da perjúria
Do maldito julgamento
Porque eu continuava
Indo pro Lar
Cuidar dos idosos
Uma vez por semana
Porque um psiquiatra me disse
Não pare de fazer nada do seu dia a dia
Quem está doente é ele
E se você parar
Assim que ele falecer
Porque condenado está
Você o chão vai perder
Sem o reencontrar
E aí eu torno a perguntar
Onde estavam vocês?
Porque eu estava com ele
E nós dois os alimentávamos de amor
E nós dois nos alimentávamos de amor
Do mais puro e belo que já se viu
E ainda o trago em mim
Na última lágrima que ele chorou
Quando os procurou
E não os encontrou
E depois quando ele se foi
Onde estavam vocês?
Aonde estão vocês?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O dia foi com a lua se deitar....


O dia foi com a lua se deitar....

O meu dia hoje amanheceu desperto, com luminosidade especial, como se raios multicoloridos, em tons diversos, vindos do sol, fossem os cabelos encaracolados desse dia, assim, já de manhã tão arrumado.

Através da brisa mais suave que encontrou escovou o pó do tempo e varreu as ruas do passado, de forma lépida.

Colocou algumas gotas de orvalho perfumado com aroma de flores, das mais atrativas e irresistíveis fornecedoras de néctar nacarado e perfumado, atrás de suas orelhas, digo dos rios que compuseram o cenário, dois rios lindos, que não me perguntem porque me pareceram efetivo par de orelhas do meu dia, pela sonoridade da água.

Abraçou de forma calorosa, como se tivesse um relógio no peito, tic tic tac, de vida, de momento bom, de prenúncios alvissareiros, o cronograma diário dos meus passos em compasso de tic tac também.

De repente, sorriu, um sorriso largo, através do vôo de muitos pássaros e caminhou comigo como se os seus passos fossem o próprio espaço, em que eu me situei em cada um dos meus momentos diários.

Ah ! esse dia apaixonante, me fez assim apaixonada e igualmente vibrante convidei- o pra dançar.

Ai! que dia radiante e lindo, no rodopiar do redemoinho que se fez no ar, de forma alegre e dourada, pra quem quiser e puder acreditar.

E o dia, tão desperto, não me deixou nem quando a noite como caleidoscópio brilhando chegou.

Mas eis que a lua, essa minha rival, imperdoável rival, levou meu dia pra longe e não me restou nada além do que dele me relembrar.

Entra dia, passa dia, na poeira das estrelas todos eles vão com a lua se deitar.


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

O ser humano e o amor


O ser humano e o amor

O coração é um poema
Escrito em idioma original
Em que a linguagem do Criador
É apenas elemental

O amor é o substrato
Posto na mais ínfima flor
Que norteia a vida inteira
O equilíbrio mais vasto

A mente é o adorno
Que veste cada partícula
Existente no cosmos
Somada na fonte do mundo

A alma é o sorriso da matéria
Na mais bela arte plástica
Própria do Escultor

E o ser humano é a quimera
Que ama o próprio amor


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Minha meiguice, seu silêncio


Minha meiguice, seu silêncio

Grita meu coração
Expande minha alma
Meus olhos são dourados
Pela imensa luz do amor
Do sol
Da Lua
Das estrelas
Sou romântica
Sou semântica
Na meiguice
Perfume que exalo
Somente pra você
Desde quando adormeço
Até à hora em que me reconheço

Na melodia sou flauta
Na vida sou dança
Na terra sou esperança
No sorriso sou criança
No amor sou mulher

Silencia o seu coração
Encolhe sua alma
Machucada
Seus olhos são distantes
Fixados no oceano
Mar em dia de chuva
Sem lua
Sem estrelas
Controvérsia
No silêncio que exala
A ausência de você
E ao mesmo tempo
A sua presença que cala
Esperança
Meta do amanhã

Na melodia você é harpa
Na vida é criança
Que chora a desesperança
E busca, no entanto,
Ser do amor o menestrel

E na sinfonia da vida
Em que o sentimento passeia
E a alma se enleia
Na composição dessa música divina
Uma mulher e um menestrel
Em flauta e harpa
Unidos sem anel
Compõem melodia sem igual
Que até os anjos sabem entoar
Que até os pássaros chilreiam
Que o etéreo matiza
Que a terra semeia
Minha meiguice
Seu silêncio


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Lá vem


Lá vem
A onda que quebra a areia que bate no mar

Lá vem
O sol que aquece o bêbado gelado quando anoitece

Lá vem
A pedra atirada numa sangrenta palavra que esmorece

Lá vem
O choque elétrico do ônibus que para na rede sem vagar

Lá vem
A notícia maligna que ataca o mundo e fere a luz da esperança

Lá vem
O tabalho pesado estressante estressado finalizado acabante acabado

Lá vem
A lua figura que cresce no alto do rumo de estrelas em sua andança

Lá vem
Você como eterna criança
Sorriso tão lindo
Eterno vai vem
De lábios abertos
Num doce beijar
Meu corpo abraçar

Lá vem
O meu bem

Postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Parto


Parto

Junção de amor
Junção de células
Embrião
Feto
Vida
Alma?
Chega
Encontra
Fica
Destino?
Meta?
Perdão
Recuperação
Novos elos
Amor
União
Reunião
A que vem?
Sonhos
Reencontros
Discussão
Opção
Vida
Calma
Luz
Pacto
Sangue
Alimento
Placenta
Cordão
Umbilical
De prata
Dor
Água
Porta aberta
Universo conclama
Canal
Esforço
Espírito
Corpo
Interação
Parto
Nascimento
Renascimento
Ser
Aprendiz
Amor

Lá vemPostado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Reminiscências do avesso


Reminiscências do avesso

Viro-me para um lado e não encontro o outro. Não sei se é dia ou noite e carrego comigo , para onde vou, toda a estrutura do hospital.

De repente ele se abre para uma praia e lá estou. Horas outras ele se abre para uma varanda de uma fazenda da infância e lá estou no que restou.

Alguém me vira e parece que o mundo inteiro revira em mim, tamanha a sensação de torpor e de lonjura daquelas mãos que cuidam do meu corpo adormecida na inércia e dopado de medicação..

De repente pulo fora da gaiola e vou, voando rumo ao sol, um pouco mais à direita em prumo e sumo na imensidão.


Chego a um jardim em que me chama atenção a cascata de água transparente. Por trás dela conseguem se sobressair seixos de ônix, coloridos em matizes indescritíveis que colhem a minha leveza, porque meus olhos os conseguem acariciar.

Procuro, então, alvoroçada o Jardineiro Chefe do local e sento-me numa das cadeiras ao redor da mesa colossal, onde muitos estão em calma discussão. Alguém me cumprimenta e quando vejo, é você Ka, que está a me falar. Você que em egípcio quer dizer alma. Você que em vida foi realmente Ka. Amor eterno em eterna plenitude, foi, é, sempre será.

Faço um discurso curto de apresentação e digo que tenho pressa, pois meu corpo me espera, e não estou em quimera, e para ele quero voltar, para atender os desígnios que o Sr. Jardineiro permitiu fossem sementes em mim e que, agora em flores, ainda precisam que eu, ao exemplo do Sr., lhes cuide com amor o jardim, onde enraizados estão em plena expansão.

Grande murmúrio e muita troca de olhares com lindos raios de amor se projetando dos corações sobre mim. Somente então vi que andava.

E quanto mais o amor me tocava, vindo daqui e dali, mais leve eu me sentia, e volitando voava rumo ao retorno do caminho, sem dúvidas de qualquer espécie, agradecida em prece, segura num par de asas, que então me carregava assim.

Era meu anjo da guarda e nunca mais o esquecerei

Antes de retornarmos nos sentamos junto à relva e ali adormecemos, tonificados pela seiva que das raízes do todo lançavam energia em mim.

Depois junto à orla do mar novamente me devolveram o cordão de prata que me une ao aqui e lá, e o iodo que do oceano chegava fartamente me recuperava.

Passei, antes por minha casa, pra ver se tudo estava no lugar.

Quando acordei, alguém me disse suavemente que eu vivera o retorno e foi assim que acordei..... do coma.

Criado, vivido e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 11 de junho de 2010

SEMPRE!



Na casa dos meus anseios
Você vive como esteio
Do meu mar de amor

Na casa dos devaneios
Você vive como espelho
Da ilusão mais real

Na casa do coração
Você vive como toada
No tic tac da emoção

Na casa da saudade
Você deixou de ter idade
Pois vive a cada minuto

São tantas as minhas casas
E tão unas na morada
Como és uno para mim

Sempre!

Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

AMOR LETAL



Sonhou que era musa
Querida
Referida

Amou em cada célula
Ampliada
Refletida

Chorou em cada lágrima
A rejeição
Da vida

Explodiu em cada urro
A dor da ausência
Na partida

Morreu em cada morte
De emoção sentida
Desvalida

Márcia Fernandes Vilarinho Lopes