sexta-feira, 30 de julho de 2010

Melodia em amor maior



No recanto tão sagrado
Onde te descobri
Nos sonhos que já vivi
Novamente te enlaço
Num abraço de amor

E olhando me perguntas
De todos que aqui deixastes
Com uma saudade tão grande
Que vejo marejar
Teus olhos assim vibrantes

E olhando te respondo
Num sorriso de tristeza
Que a nossa melodia
A música que nos encantou
É flor que jamais murchou

Sentamo-nos lado a lado
Num banco tão engraçado
Em meio a perfumes de flor
Desconhecidos um dia
Reconhecidos de amor

E a conversa se transforma
E da harpa vai à lira
E nossa alma delira
Assim tão fascinada
Por esse imenso calor

E no tempo que é outro
Que me embala e me esmorece
Que na ternura resvala
Chega o sonho ao seu fim
Sem ida e sem qualquer volta


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes




sábado, 24 de julho de 2010

Muralhas Internas


As brisas deslocam fatos
Do ontem que chegam ao hoje
Em forma de ventania
Pedaços de sentimentos
Bordados dentro de mim
São dunas em plenas praias
Na minh’alma agitada
Sem porto e sem nem um cais
São feitas de grãos de areia
Que somados geram milhas
Sem visão por escotilhas
Desse teu medo dolente
Desse teu ser simplesmente
Amigo tão sem abrigo
Amigo órfão de amor
Sem choupana nem sapé
E hoje não reconheço
Nem teu verso nem tua fala
Porque a amargura cala
A minha decepção e dor
Recolhe-te como feto
Embrião posto em muralhas
No útero do desamor
Deserto do meu calor
Que nas noites e nos dias
De solidão tão presente
Ao teu redor firmemente
Era teu lume e teu cetro
Pondo-te como um rei
E esse lume apagado
Assim por ti descuidado
Fez que de forma latente
Sumisses dentro de mim
E o teu eco longínquo
Em tuas próprias muralhas
Será sempre tua fala
Voltada somente a ti

.......

Dunas em vendaval

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 19 de julho de 2010

MOMENTOS



O reflexo do sol
Diretamente em mim
Naquele meu caminho
Fez me te encontrar
Em tua rota diferente
E de maneira latente
A beleza do sol
Assim tamanha
Desde o firmamento
Em poderoso alento
Clareou o amor
Dormitando em mim
E o acordou
E na estrada
O brilho rei
Feixe de luz
Nunca apagada
Assim dourada
Feito em telefone
Ou uma telepatia
Em imensa euforia
A me conduzir
Fazendo me pousar
Como etérea flor
Em pétalas
Raios de sol
Decompostos
Em luzes multicores
Junto ao teu coração
Para sempre

Momentos são tantos
Mas poucos tão intensos

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

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domingo, 18 de julho de 2010

Liberdade de ser


Não mais passarão ao largo
Os momentos lindos fincados na retina
Os sentimentos escritos em mim
As vivências, em cada minuto, assim
As alegrias e as cores que me enlaçam
Num abraço nu
Sem mascaramento
Sem sombras
Sem dúvidas
Sem tormentos
Não, não me passarão
Nem me tomarão
A vontade livre de ser
Amor refletido e reflexo
Em cada célula
Traduzido em DNA
Nem, os sonhos
Nem o mar
Nem o universo
Nem a minha totalidade
Em meu mais íntimo eu
Pois tudo isso me pertence
Porque sou parte como verso
Da poesia maior chamada vida
Não, não me tomarão
A palavra ou a escrita
A sinceridade pra descrever
O canto sonoro da poeta
Da mulher
Que se agita em asas de vôo
E revoa em seu próprio palpitar
Não, não me tirarão
A loucura de ser eternamente sã
Eternamente verdadeira
Eternamente tua


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 11 de julho de 2010

Ressurgir


Já não há mais cadência
Nem conversa
Nem junção
Somente contas
De um rosário
Cuja reza acabou

Já não há mais corpos
Nem amores, flores ou cores
Entrelaçados em ramos
De perfume sem igual
E até o orvalho
A chuva apagou

Já não há mais dia
Nem gotas de alegria
Nem mesmo sedução
O encanto que existia
Que fremia
Terminou

Mas ainda há noite
Pra poder sonhar
E novamente
Silentemente
De tantas névoas
Ressurgir e amar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 10 de julho de 2010

GOTAS DE SEDUÇÃO


Eu te amo e muito e tanto
E ainda que a modernidade me vista
Que o computador insista
Que a internete seja minha morada
Ainda que o trabalho me faça renovada
Por esses tempos globais
Eu quero o gosto da conquista
A sedução intrigante
O ir e vir do olhar
Em expresso desejar
E sigo te amando assim
Sem falar
E sem calar
O corpo expresso
Sem se revelar
Sem lhe demonstrar
O que você tão bem já sabe
E sente e talvez espere
Ou se desespere
Não sei!
E, no entanto, e tanto
Em frêmitos de alegria
Te abraço e te acalanto
No meu mais que desejar
E agora no meu tempo
Sem pressa e com vagar
Eu te amo, e tanto e tanto
E sempre tua
Ainda muda
Meus sentimentos são o sol
Minha espera é a lua
Que te configura
Em meu coração
Feito estrelas
Que não param de brilhar
Em gotas de sedução
Até você se achegar


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

POR QUE NÃO?



Quisera a quimera
De toda uma era
Em minutos apenas
Junto ao teu coração

Quisera o teu corpo
Inteiro e desvendado
Despindo e vestindo
O meu inteiro ser

Quisera o acalanto
O instinto
O desejo maior
Que já nos embalou

Quisera você
Em nós
Arrebatado
Arrebatando

Leva-me
Eleva-me
Enleva-me
Por que não?


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ATALHO E CAMINHO


Somos versos despedaçados
De uma poesia que não acabou

Somos corpos cansados
Num abraço que não terminou

Somos um ato em cena
Encenando o próprio ato

Somos teatro e platéia
Num todo que se enlaçou

Somos ribalta e futuro
Na busca que não caminhou

Somos atalho e caminho
Que o tempo direcionou

Somos desejo e anseio
Num rito que não vingou

Somos um grito mudo
Que a vida prefaciou

Perpendiculares da vida
São paralelas perdidas
Que a vida assim desenhou

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

CANÇÃO DA DOR SILENTE


Como índias carpideiras
Nas ocas em palheiras
Meus olhos em dor silente
Cantam meu Peri ausente
Que tão só me deixou

Com o orvalho da manhã
Enfeitando toda a ocara
Meu coração cunhatã
Chora como acará
Feito pedra a soluçar

Como as estrelas da noite
Como os raios e o luar
Como o fogo da clareira
Diante da grande aroeira
Cantando para Rudá

Sou seixo que rola
Nas águas de prata
Sou canto nascente
Sorriso inocente
Que clama o amor

No meio da taba
Num canto da oca
Perfume de flor
Gigante essa dor
Peri não voltou


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

ODE À FELICIDADE


Minha pele sorri a cada raiozinho de sol
Meu cabelo lateja ao brilho do dia
Minha sensação de paz se amplia
Ao acordar

Meu sangue se alimenta ao café da manhã
Minhas mãos bocejam e ensejam
O começo do trabalho sem afã
Ao me levantar

Meus pés inertes rolam entusiasticamente
Buscando a trilha que segue do ontem
E de ontem em ontem faz o hoje sempre
Ao continuar

Meus olhos cantam de galho em galho
Junto com a passarada em vôo lento
E minha alma se expande em brilho
Ao somar

Nesse corpo,
Casa mantida
Da alma, abrigada
Sigo eu...feliz


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

REENCONTRO


Esquálidas figuras
Lendárias montanhas
Neve que augura
Frio sem derreter

Paisagem distante
De um tempo errante
Voltando à memória
Fazendo sofrer

Movimento dourado
Sol do meio dia
Mar beija onda
Que beija areia

Tormentas da alma
Cinzas de dias
Labaredas intensas
Fogueiras acesas

Pássaros voam
Ensinam trinar
No canto que ecoa
Em seu revoar

Misérias são trôpegas
Em seu caminhar
Na luta antagônica
Do positivar

E assim entre cores
E cinzas de amores
Decido você...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

TERNURA


Quando te olho,
E te vejo assim
Tão desvalida
De vida
Pela tua idade
Em tamanha qualidade
Eu sinto toda essa ternura
De ter nascido de ti
Ter sido acalentada
Amamentada
Aprendendo a caminhar
Até conseguir chegar
Até aqui

Quando te olho
E te vejo assim
Tão trôpega
Em teus passos
Vencendo espaços
Chegando até mim
Eu sinto toda essa ternura
De poder ser
Tua sustentação
Vida revivida
Fonte renascida
Nas minha entranhas
Mãe

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O FALSO CANTO DOS CISNES NUM LAGO DE LÁGRIMAS


O FALSO CANTO DOS CISNES NUM LAGO DE LÁGRIMAS

Num desabafo de dor
De muito tempo atrás
Hoje reúno forças
Pra perguntar

Quando a doença aconteceu
Onde estavam vocês?

Ele os tinha a todos como amigos
Onde estavam vocês?

Quando seu corpo esmorecia
Onde estavam vocês?

Quando a porta se abria
Onde estavam vocês?

Quando a maldade feria
Onde estavam vocês?

Quando de mim falavam
Quando me julgavam
Vocês sabiam onde estavam
Não é?
Mas não me conheciam
Quantas vezes se perguntaram
O que eu sentia
Quantas vezes tentaram se acercar
Quantas vezes de medo correreram
Por pura ignorância
Desconhecimento mesmo
Falsidade dura, pura
Mas não correram da injúria
Da perjúria
Do maldito julgamento
Porque eu continuava
Indo pro Lar
Cuidar dos idosos
Uma vez por semana
Porque um psiquiatra me disse
Não pare de fazer nada do seu dia a dia
Quem está doente é ele
E se você parar
Assim que ele falecer
Porque condenado está
Você o chão vai perder
Sem o reencontrar
E aí eu torno a perguntar
Onde estavam vocês?
Porque eu estava com ele
E nós dois os alimentávamos de amor
E nós dois nos alimentávamos de amor
Do mais puro e belo que já se viu
E ainda o trago em mim
Na última lágrima que ele chorou
Quando os procurou
E não os encontrou
E depois quando ele se foi
Onde estavam vocês?
Aonde estão vocês?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes