sexta-feira, 29 de julho de 2011

Meu canto

Em cada canto
Um canto de mim
Em cada labareda
Da fogueira
A tocha enfim
De tocaia
Incendeia meu coração
Afim
Que lança ao céu o poente
Que avermelha as folhas
Que caem após o verão
Esparramadas ao chão
Em cada canto
Um encanto
Em mim
Por você

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Resfolego

Foi chegando e me tomou inteira
Como se eu fosse uma garrafa de pinga
Corriqueira
E se embebedou da essência verde da cana
Dormiu
E ressonou
Sonhou
Que chegava e me tomava inteira
Como se eu fosse uma garrafa de pinga
Corriqueira
E se embebedava da essência verde da cana
E ressonou
E acordou
Aí tomou-me assim inteira... por amor

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Surpreendente destino


E assim tão de repente
À beira mar em beira ao frio
Olhando o encolhido mar
E o tímido sol a lhe acompanhar
Em espreguiçadeiras gigantes
Nos demos as mãos
Pra nunca mais soltar
.
E assim tão de repente
O passado esgotado em seu presente
Se fêz vencedor valente
Ao nos trazer dolentemente
A semente de nossas emoções
Germinadas e fortalecidas
Num intenso amor latente
.
E os teus olhos verdes
Da cor da mata que eu amo tanto
Prenderam os meus da cor da terra
Em um abraço com força de raiz
A emocionar o orvalho dessa madrugada
Até então tão fria em mim
Que passa a ser tão viva em nós...
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sou irmã gêmea do universo

Abracei a vida
E dancei em meio às cores
Bêbada da essência
Em mim
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria constatei
Que sou irmã gêmea do universo
.
Sem ar não vivo
Sem água morro
Sem sol não enxergo
Sem lua não sonho
Sem terra não colho
Sem céu me limito
E me encolho tanto
Que me perco
Sem vento não tenho
A idéia de movimento
Sem florestas não sou
A biologia interina
A semente uterina
Que lastreia tudo
Sem flora sou animal só
Sem gens de progresso
Sou nada, sou nenhum
Sem termo de comparação
.
Olhando então pro mundo
Pra profusão de pessoas
Pro cal e pro concreto
Pra falsa ilusão do ser
Acorrentado ao vazio
Dos dias feito escravos
Dos minutos de labor
Tão sem amor ou cor
Tão mesmo e tão igual
Tão vazio da essência
Tão perdido
Que corri
.
E abracei a vida
E dancei em meio às cores
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria tive certeza
Que sou irmã gêmea do universo
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 3 de julho de 2011

Êxodo

O barco da vida
Me trouxe ao relento
De onde eu estava
Paragens etéreas
Navio certeiro
Em banzo primeiro
Chorei de saudade
E os médicos disseram
Que era normal
Chorar pra viver
Abrindo os pulmões
.
Pro ar receber
Escrava dos dias
Minutos também
Rotina seguida
Sem rotas no além
Saudade intensa
De um querer bem
Maior que a viagem
Em eterno vai vem
Procuro e não encontro
Não sei se além
Ou mesmo aquém
Está o meu bem
.
O corpo açoitado
Na falta da asa
Que junto com a minha
Formando um par
Me faça voar
E assim vou clamando
Alforria no mar
Navio cargueiro
Oculto
No nevoeiro
Carregue essa dor
E devolva-me o amor
.
Que em outras paragens
Por certo ficou


Criado e postao por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 2 de julho de 2011

Ei...psiu!


Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando reflexão
Temos pensado bastante
De fato
Todos os dias
O que há por se fazer
Na soma que se presume
De todos nós pra acrescer
Como corrente de elos
Que se engatilham
Em força
Assim capaz para o ser
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando por decisão
E muito temos falado
De todas aquelas crianças
Que a gente fingiu que não viu
E elas hoje cresceram
E nos assaltam e levam
O que cada um conseguiu
Conseguiu e aprendeu
Sem doar ou atentar
Para o que elas deviam ter
Como base do viver
.
Ei....psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando por posição
Pois agora percebemos
Que a vida perdeu seu valor
Ficou natural o matar
E sabemos que deixamos
Vidas assim semi mortas
Como se fossem quimeras
E a vida que hoje se implora
É morte que no assassino mora
E que precisamos reter
Para poder reverter
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando visualização
E tanto pior o se ver
Que pelas esferas globais
Do mundo em seus ramais
Falta pensar e aplicar
A escala de valores
E ensinar e cuidar
Como fruto de uma árvore
Sem tóxico nem agrotóxico
Que somente no futuro
Poderemos recolher
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando a nossa ação
E agora mesmo no frio
Lá embaixo do viaduto
Muitos estão com fome
Fome de pão e saber
E a fome é um perigo
Além de ser um instinto
Nos valores que se faz
Da mesma forma animal
Que busca na presa
O poder se alimentar
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando observação
E é nossa a impunidade
Por estarmos a viver
Cada vez mais solitários
E olhando por TV
Tanto mal acontecer
Sem ter como aplacar
Pela nossa atuação
Que espera no papel
Simplesmente colocado
Na urna de votação

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes