A alma disse ao corpo
Tu me abrigas
Me tomas
Me acompanhas
Me completas
.
E o corpo vaidoso de matéria
Disse à alma
Eu sou a casa do teu eu
E só por mim respiras
E te locomoves...e chegas
.
E a alma em sorriso de sol
Vestida de lua...adornada por estrelas
Mirou se só no mar aberto
Livre do corpo adormecido
E galgou as rotas do Universo
.
O corpo adormecido
Pedra feito lava de vulcão tão derretido
Permaneceu ao toque do cronômetro vital
Que pulsa cadenciado desde o nascimento
E adormecido faz-se temporariamente morte
.
Metas físicas... além
E a alma assim liberta
Visitou as mais lindas paisagens
De sua real morada
Ilimitada e ilimitante
.
E o corpo ao raiar do dia
Fez-se novamente renascido
Sem consciência ainda
Em laivos mecânicos de torpor
Semi despertou-se
.
E acordado....meio adormecido
Perdeu-se no momento
Até que a alma o reincorporou
E de matéria revestido assim envaidecido
Por ela se tomou
.
Corpo e alma
Originariamente dependentes
São diferentes espécies de sementes
Que não se fazem prisioneiros
Por inusitados meios de transporte....
.
Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
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