segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sou irmã gêmea do universo

Abracei a vida
E dancei em meio às cores
Bêbada da essência
Em mim
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria constatei
Que sou irmã gêmea do universo
.
Sem ar não vivo
Sem água morro
Sem sol não enxergo
Sem lua não sonho
Sem terra não colho
Sem céu me limito
E me encolho tanto
Que me perco
Sem vento não tenho
A idéia de movimento
Sem florestas não sou
A biologia interina
A semente uterina
Que lastreia tudo
Sem flora sou animal só
Sem gens de progresso
Sou nada, sou nenhum
Sem termo de comparação
.
Olhando então pro mundo
Pra profusão de pessoas
Pro cal e pro concreto
Pra falsa ilusão do ser
Acorrentado ao vazio
Dos dias feito escravos
Dos minutos de labor
Tão sem amor ou cor
Tão mesmo e tão igual
Tão vazio da essência
Tão perdido
Que corri
.
E abracei a vida
E dancei em meio às cores
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria tive certeza
Que sou irmã gêmea do universo
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Um comentário:

  1. O que seríamos não fosse a imensidão do Universo que nos rodeia.
    Não fosse a poesia que a alma apetece e certamente permeia.
    Feito esta a sua Márcia, que encanta.

    Beijos

    ResponderExcluir