domingo, 18 de dezembro de 2011

Prenhe de orvalho


Eu quero um conúbio carnal com o Universo
Realmente verso
Em que as cachoeiras serão preparo pro meu êxtase
Realmente fase
E o sol se encarregará do calor a emanar ao redor
Realmente tórrido
E o mar fará do sal da vida o tempero
Realmente esmero
E as flores me farão pétalas em perfumes raros
Realmente caros
E as estrelas serão por fim o meu vestido
Realmente atrevido
Que o vento em cadenciado movimento
Rasgará
E o sereno da noite tão macio me fará
Prenhe de orvalho
E não mais serei mulher
Para ser só a real parte do Universo
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Quando os cataventos pararem

Quando os cataventos pararem
Será porque adormeceu nossa emoção
E a brisa dos sentimentos findou
Deixando livre o ar em sua expansão
Nas lacunas de nossas células
.
Quando os cataventos pararem
Fixe-se nas cores mantidas quietas
Em sua mostragem sem rodopios
A energizar todos os olhos
E cantos e recantos de nós
.
Quando os cataventos pararem
No meio do orvalho recolha deles
Prismas em cristais mágicos
E no silêncio ouça o eco do meu coração
Em compassado som igual ao seu
.
Quando os cataventos pararem
Será porque extasiados olham
O balê dos nossos sentimentos
Baixo a todas as gamas dos raios do sol
Aquecendo o nosso universo inteiro
.
Quando os cataventos pararem
Deixe-os onde estiverem
Até que o ar respire novamente
Os vendavais do nosso amor
Enlaçados para sempre
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Da taba à tribo

Assim .... No meio da selva
De pedras e poluição
A seta lançada
Atingiu-me o coração
E cupido maltrapilho
Chorou sua canção
No meio dos tambores
Do funk, pagode e rock in roll
A taba inteira fremia
E a tribo dançava completa
Na nudez que o passo
Do passado faz de nós
Os mesmos aborígenes
Em ternos e paletós
Abotando a simplicidade
Crônica, faraônica
Daqueles que na mata
Andavam pelos cipós
E das lágrimas da Iara
Rio posto ligado assim
Ao meu coração traspassado
Nasceu a mais plena visão
Da natureza inteira
Rios , cascatas, cachoeiras
Relva, plantas, flores
Cores e odores
Pássaros
Canções
Sol e chuva
Deus
Reconhecido em deuses plenos de vida
E então somente assim
Se curou meu coração
Eu curumin pajé
Renasço em mim
Assim...

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes


sábado, 29 de outubro de 2011

O canto do Vesúvio em mim

Nas profundezas
Do meu ser assim
Parte do meu eu é magma
E a outra parte é lava
Nos fragmentos de mim
Em calor insano
Acima do normal
Que expande
Intenso fogueiral
O ouro da minh’alma
Inteiramente forjado
E o carvão meta
Do diamante enfim
São o canto
Do Vesúvio
Em mim

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 16 de outubro de 2011

Mutismo


Na imobilidade que me assola
Tornando-me sol sem eixo
Terra sem traslado
Oceano sem ondas
Seixo perdido no universo
Gravitando em lembranças
Sonhando passados
Agarrando a vida
Amanheci em mutismo
Vestida nas cambraias da saudade

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Silencioso eco

Dentro das cavernas do Petar
A sensação da água
Livre a resvalar
Margens insondáveis
Cravadas nas pedras
Feitas por tantas gotículas
Tenazes em seu caminhar
Desde as profundezas
Das grotas
Das grutas
Dos cimos
Dos ermos
Da vida
Do infinito
Onde deve estar
A nascente universal
De todos os pólos
Entre eles
O da água
Próximo ao do ar
E de repente
Me vejo num espelho
Do lado de lá do meu eu
Num eco silencioso
Ao lado teu
Porque somos
Água e ar
Desde o cimo
Até o mar

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Você e eu

Os dias passam
A idade chega
O amor aconchega
Os ideais
Prendem-se
Ao coração
Fincados nos dias
As lembranças brotam
Nos jardins da vida
Os olhos tornam-se faróis
Sol e chuva
Na dinastia dos momentos
Em consonância com a lua
O asfalto foge
O barulho ruge
O dia adormece
Nas manhãs despertas
Em que sobrevive
Cada vez mais forte
Essa vontade de você
Nesse encontro certeiro
No etéreo tão real
Em que somos sempre
Você e eu
Amor
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 17 de setembro de 2011

O passeio

A sirene pedia passagem
A vida pedia passagem
A morte pedia passagem
Conflito
Emoções pelo caminho
Corpo em decantação
Alma em oração
Sangue...
Fluído
Essência de amor
O sol bem próximo
Flores diferentes
Transparentes
Cores do Universo
Pessoas alegres
Abraçavam
Enlaçavam
Paz
Reencontro
Amor...
O carinho fortalecia
Refrigerava
Alimentava
Por uma porta
Aberta em chave
Os filhos acenavam
Os amigos chamavam
O trabalho esperava
Tão longínquo
Cada vez mais e mais
Até que visualizei
Todos os cantos
E recantos em mim
E o corpo me acolheu
E o Universo me imantou
Em nova poesia
E aqui estou...
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes
.
Sentimentos despertos pelo Globo Repórter de ontem, 16/09/2011, sobre EQM (Experiências de quase morte)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quero dançar um tango

Quero dançar um tango
-------------------------------
Visto minha roupa sensual
Prendo meus cabelos curtos
Dando a idéia de que longos são
A música se faz presente
Piazzola na vitrola
E você surge na ante-sala da vida
No palco de toda a minha emoção
E iluminados pelo desejo ardente
Vamos dançando lentamente
Sob a névoa do tempo tão ausente
.
Quero beber um trago
--------------------------------
Desse vermout que o teu corpo exala
E os meus lábios sorvem essa bebida cálida
Passeando por teu rosto acostado ao meu
Seguindo os passos dessa fala sensual
Da música estrutural que nos revela
E somos corpo colado a corpo
Em nota musical
E somos sensação
De liberdade
Demarcadamente casual
.
Quero virar a pauta
---------------------------------
Quero ser somente a melodia
Em clave de sol
Que te embala
E enquanto o passado aflora
E a cena se repete
No bailado desse tango ardente
Que já não existe no agora
Eu desviro a página da vida
E te reencontro na ante sala do meu ser
No palco de toda minha emoção
.
Quero ser tua partitura
---------------------------------
E tanto quanto a vida
Me despiu de tanto
Desvisto a roupa sensual
E me visto simplesmente do meu eu
E semi adormecidos dançamos
Calados e roucos
Embalados em desvairado amor
Nos misturando ao som
Da nosso melodia à luz da lua
Que sorrateira pela janela...com inveja... nos espia

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Meu canto

Em cada canto
Um canto de mim
Em cada labareda
Da fogueira
A tocha enfim
De tocaia
Incendeia meu coração
Afim
Que lança ao céu o poente
Que avermelha as folhas
Que caem após o verão
Esparramadas ao chão
Em cada canto
Um encanto
Em mim
Por você

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Resfolego

Foi chegando e me tomou inteira
Como se eu fosse uma garrafa de pinga
Corriqueira
E se embebedou da essência verde da cana
Dormiu
E ressonou
Sonhou
Que chegava e me tomava inteira
Como se eu fosse uma garrafa de pinga
Corriqueira
E se embebedava da essência verde da cana
E ressonou
E acordou
Aí tomou-me assim inteira... por amor

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Surpreendente destino


E assim tão de repente
À beira mar em beira ao frio
Olhando o encolhido mar
E o tímido sol a lhe acompanhar
Em espreguiçadeiras gigantes
Nos demos as mãos
Pra nunca mais soltar
.
E assim tão de repente
O passado esgotado em seu presente
Se fêz vencedor valente
Ao nos trazer dolentemente
A semente de nossas emoções
Germinadas e fortalecidas
Num intenso amor latente
.
E os teus olhos verdes
Da cor da mata que eu amo tanto
Prenderam os meus da cor da terra
Em um abraço com força de raiz
A emocionar o orvalho dessa madrugada
Até então tão fria em mim
Que passa a ser tão viva em nós...
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sou irmã gêmea do universo

Abracei a vida
E dancei em meio às cores
Bêbada da essência
Em mim
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria constatei
Que sou irmã gêmea do universo
.
Sem ar não vivo
Sem água morro
Sem sol não enxergo
Sem lua não sonho
Sem terra não colho
Sem céu me limito
E me encolho tanto
Que me perco
Sem vento não tenho
A idéia de movimento
Sem florestas não sou
A biologia interina
A semente uterina
Que lastreia tudo
Sem flora sou animal só
Sem gens de progresso
Sou nada, sou nenhum
Sem termo de comparação
.
Olhando então pro mundo
Pra profusão de pessoas
Pro cal e pro concreto
Pra falsa ilusão do ser
Acorrentado ao vazio
Dos dias feito escravos
Dos minutos de labor
Tão sem amor ou cor
Tão mesmo e tão igual
Tão vazio da essência
Tão perdido
Que corri
.
E abracei a vida
E dancei em meio às cores
Reduzida a um raio de sol
Fui sol
E transformada em luar
Fui lua
No reflexo do espelho
Fui estrela
No beijo do mar
Fui sal
No diminuto vôo da abelha
Fui pólen
E sóbria tive certeza
Que sou irmã gêmea do universo
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 3 de julho de 2011

Êxodo

O barco da vida
Me trouxe ao relento
De onde eu estava
Paragens etéreas
Navio certeiro
Em banzo primeiro
Chorei de saudade
E os médicos disseram
Que era normal
Chorar pra viver
Abrindo os pulmões
.
Pro ar receber
Escrava dos dias
Minutos também
Rotina seguida
Sem rotas no além
Saudade intensa
De um querer bem
Maior que a viagem
Em eterno vai vem
Procuro e não encontro
Não sei se além
Ou mesmo aquém
Está o meu bem
.
O corpo açoitado
Na falta da asa
Que junto com a minha
Formando um par
Me faça voar
E assim vou clamando
Alforria no mar
Navio cargueiro
Oculto
No nevoeiro
Carregue essa dor
E devolva-me o amor
.
Que em outras paragens
Por certo ficou


Criado e postao por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 2 de julho de 2011

Ei...psiu!


Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando reflexão
Temos pensado bastante
De fato
Todos os dias
O que há por se fazer
Na soma que se presume
De todos nós pra acrescer
Como corrente de elos
Que se engatilham
Em força
Assim capaz para o ser
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando por decisão
E muito temos falado
De todas aquelas crianças
Que a gente fingiu que não viu
E elas hoje cresceram
E nos assaltam e levam
O que cada um conseguiu
Conseguiu e aprendeu
Sem doar ou atentar
Para o que elas deviam ter
Como base do viver
.
Ei....psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando por posição
Pois agora percebemos
Que a vida perdeu seu valor
Ficou natural o matar
E sabemos que deixamos
Vidas assim semi mortas
Como se fossem quimeras
E a vida que hoje se implora
É morte que no assassino mora
E que precisamos reter
Para poder reverter
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando visualização
E tanto pior o se ver
Que pelas esferas globais
Do mundo em seus ramais
Falta pensar e aplicar
A escala de valores
E ensinar e cuidar
Como fruto de uma árvore
Sem tóxico nem agrotóxico
Que somente no futuro
Poderemos recolher
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando a nossa ação
E agora mesmo no frio
Lá embaixo do viaduto
Muitos estão com fome
Fome de pão e saber
E a fome é um perigo
Além de ser um instinto
Nos valores que se faz
Da mesma forma animal
Que busca na presa
O poder se alimentar
.
Ei...psiu!
Essa poesia é um alerta
Clamando observação
E é nossa a impunidade
Por estarmos a viver
Cada vez mais solitários
E olhando por TV
Tanto mal acontecer
Sem ter como aplacar
Pela nossa atuação
Que espera no papel
Simplesmente colocado
Na urna de votação

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sou partitura


Sou musa
Sou música
Em melodia
Inacabada
.
Sou estribilho
Do amor
Do amor
Que sinto
Por você
.
Sou conta do colar
Arrebentado
Sou nota da partitura
Desafinada
-
Sou em dó maior
O sustenido
Dessa canção
Tão musical
Por você
.
Sou musa
Sou música
Em melodia
Inacabada
.
Sou estribilho
Do amor
Do amor
Que sinto
Por você
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 11 de junho de 2011

Eu sou surreal


Surreal
A carruagem real
De fogo e de sal
Alimento ideal
Tempero da vida
Amor integral
.
Surreal
A pintura ofegante
Do teu respirar
Que deixa sem ar
A nuvem que baila
Na luz do luar
.
Surreal
Sou luz e sou sombra
Sou terra e mar
Sou perda e ganho
Sou ave a voar
Sou asas da vida

Eu sou surreal

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amor, sensível amor

Meus olhos traçam setas
Que meus sentimentos arqueiros
Atiram além do firmamento
Na busca de você
Meu corpo lança perfume
Da essência mais etérea
Colhida no universo
Só pra seduzir você
Minha vida tal qual mina
Ao invés de minérios
Busca metas todas
Pra encontrar você
Meus espaços trançam lágrimas
Borbotando lago doce
Em que o sol se reflete
Como se fosse você
Minha alma enfim mergulha
Nos quatro cantos de mim
E nas passarelas do eu
Encontro apenas você


Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Rotas da Criação - I

Tropecei com Don Quixote
A conversar com a Lua
Clamava por Dulcinéia
Em loucos versos de amor
.
Pela via Láctea continuei
Um pouco mais e parei
,
E não é que me encontrei
Com a formiga e a cigarra
Ambas postas a cantar
Pra La Fontaine ninar
.
Pela rota das estrelas
Cheguei até Peter Pan
.
Ele riu e me abraçou
E com os olhos brilhantes
A Terra do Nunca mostrou
E criança ainda estou
.
Pelas rotas do Universo
Cheguei às calotas do pleno
.
Da loucura o amor
Do trabalho junto ao canto
Do Nunca o permanecer
No encanto do simples ser
.
Pelas rotas da Fantasia
Acho que assim Deus nos criou
.
.

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

domingo, 29 de maio de 2011

Transmutação


A tua ausência doeu tanto
   Que fiz uma trilha em lágrimas
Por onde naveguei só
A tua lembrança, entretanto
Fez se sol a cada amanhecer
E em trilha transformada
Agora caminho eu

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Puramente humano


A madrugada me veste
O dia me reveste
O tempo me adorna
A vida me incorpora
O vento me alimenta
A tristeza se arrebenta
Como fragata frágil
Em alto mar
E o arco íris se faz anel
Ao meu entorno
A se enrodilhar
E a Lua ilumina
A fotografia do cosmos
Que existe em mim
Quando te enlaço
Neste amor insano
Imenso
E puramente humano

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sábado, 7 de maio de 2011

Monólogo bilateral


De repente acordo do avesso
Me olho no espelho
Tropeço na quina da vida
E me vejo bilateral
E o meu lado racional
Começa a reclamar a ida
Do rumo perdido
Do amor proibido
Assim sem você
No tropeço e no avesso
E meu lado emocional
Percebe na claridade da manhã
A luz dos olhos refletida no vidro
De perfume
Em plena essência do meu eu
Caminhante rumo ao sonho
Sonho novo, só meu.

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sou seringueira, sou sim

Sou seringueira que sangra
Formada por pequenas flores
Em cachos abraçados a mim
Como versos de um poema
.
Sou seringueira que nutre
Cicatrizando de pronto
O ferimento causado
Ainda que seja o meu
.
Sou seringueira que chora
A borracha que apaga
Os escritos de uma alma
Que sem corpo sofre sim
.
Sou seringueira isolada
Nas intempéries do vento
Cuja seiva brota rápida
E a imobilidade cerceia
.
Sou seringueira ferida
Do dia a dia o minuto
No seringal já formado
Em soluços do meu eu
.
Sou seringueira, sou sim
Desabrochada do nada
De tudo um pouco cansada
Em tão triste sina assim
.
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bolhas


Vesti minha foto de criança...
Fui tão eu
Viajando em bolhas de sabão
Ao futuro
Do meu filho
Que vestiu a sua foto de adulto
E da criança
Ficou apenas o vulto

Em homenagem ao ciclo natural, em retorno eterno da vida
 
Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sonho sem valsa

Há marcas que ficam da infância
Outras da juventude
E bem pensando... até da velhice
Que essa coisa de terceira idade
Não existe
Um nome famoso de bombom
E pronto...
Que delícia...
Voltamos a ser crianças
Famintas por chocolate
Mas o gosto da travessura
Do comer meio escondido
Do gostar bem atrevido
Do dividir com amor
Do se dar sem se esconder
Fica um presente latente
No fundo do coração
Uma lembrança gostosa
Que não se esquece mais não
Mas quando a gente vai embora
O bombom não é tão bom
E falta algo no nome
Dessa feliz recordação
Por isso tenho agora
Esse meu sonho sem valsa
Na mais plena solidão

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes






quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sonha comigo enquanto sonho você?


Sonhos são meteoros gigantes que explodem e viram estrelas
Estrelas são feixes de luz fascinantes que nutrem o universo
Universo é a plenitude da idéia genial plasmada pelo Criador
O Criador é a fonte polivalente contínua da vida feita amor
Amor é o reflexo uno das cores básicas em tudo que se criou
O que se criou são as idéias imersas expostas feitas realidade
Realidade é o fruto da inspiração que vem do mundo etéreo
Etéreo é o além da linha do horizonte onde dormitam os sonhos...
.
Na base do etéreo, onde nascemos além, o sonho é o gem
Que nos conforma e nos direciona durante o diário sono
Que nos eleva e nos reflete durante a intensa direta vigília
Que nos gera, acalenta e acalanta na soma e na parceria
Tanto quanto há a noite e o dia, a lua e o sol, o eu e você
Revelando, mostrando e conduzindo o nascer e o renascer
A natureza do ser, a beleza do querer e do sempre acrescer
Por isso, meu amor...sonha comigo enquanto sonho você?

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Contrastes

Pedaços de nós mortos nas células dos ralos
Pedaços de nós vivos no brilho do olhar
Ingratidões nos orgulhosos que crescem
Carinho nos lixeiros que nos enaltecem
Levando o resto das mortes em nós
No desuso impúrio reduzido ao nada
Nas preguiças do egoísmo
E o que tem pés esquece do que roda
E roda tanto que à noite
Tem a mente acesa qual lua iluminada
E o corpo mais amortecido ainda
Do esforço colossal
Abissal...
E sabe que dói, mas passa
E tem na lembrança
O olhar de escárnio
Daquele que de cima o vê
E que o cimo desconhece
Sem nada entender
E o que tem astúcia usa e gasta
Sem gostar de nada ou ninguém
Pois sentimentos nega
E o que se faz importante
Na rede do seu próprio tear
Tecendo os fios do seu destino
No tráfego das influências
Nas confluências dos dias
No tráfico das vidas
Das vias
Vazias
Não desvia
E vai
Nas contradições morais
Na contramão do ser
Contrastes da vida e morte
Postos em todos nós
E morra o defeito agora
E viva o que de melhor houver
Nos pedaços de nós vivos
Nas células que são cegas
Pra esse orgulho tão duro
Pra esse egoísmo atroz

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lope

domingo, 16 de janeiro de 2011

Gira sol

Gira, gira sol
Gira minha’alma
Minha vida
Minha vinda
Meu ser
Teu ser
Em nós
Gira, gira sol

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes

Pétalas da vida, pedaços de mim


Inútil partir
Fingir
Fugir
Retroceder
Esquecer
Quando o encontro
Foi estação da vida
Que fisgou no coração
O amor assim
Esparramado pela estrada
E o sentimento pegada
Marca feita na terra
Na célula
Na pele do corpo
Na textura d’alma
No brilho do olhar
No palpitar
No adormecer
No acordar
Não,
Não adianta se afastar
Seu nome, seu jeito
Seu riso, seu ser
Inteiro
Não me deixam...
Não me deixam deixar de amar você
Em tempo algum
Presente derradeiro
Inútil não se ver
Não mais falar
Nem se olhar
Por que o  nosso encontro
Nosso destino
Desatino
Foi chegada sem partida
Ponto final da estrada
Forquilha do caminho
Preso no olhar
Você...
Pra sempre...
Pétalas da vida
Pedaços de mim

Criado e postado por Márcia Fernandes Vilarinho Lopes